Livramento
O projeto Livramento é uma pesquisa que desenvolvo desde 2009 com livros que encontro em sebos da cidade.
não cessa de irradiar-te, mas como ver-te face à face, se apenas atravessam-me seus micro-desdobramentos?" 2018. Objeto. Páginas de livro, aquarela, pastel e linha. 3,0 x 0,21 x 0,12 m (dimensões variáveis)
não cessa de irradiar-te, mas como ver-te face à face, se apenas atravessam-me seus micro-desdobramentos?" 2018. Objeto. Páginas de livro, aquarela, pastel e linha. 3,0 x 0,21 x 0,12 m (dimensões variáveis)
Da série Livramento, 2018. Objeto feito com páginas de livro, guache e linha. Livro de origem: "Und as das Schiff_ _"de jules Romains. Tradução de Hans Feist. Berlim.
da série Livramento, 2009. Objeto com páginas de livro, aquarela, colagem e linha. Dimensões variadas.
Da série Livramento, 2018. Objeto feito com páginas de livro, guache e linha. Livro de origem: "Und as das Schiff_ _"de jules Romains. Tradução de Hans Feist. Berlim.
eu costurei para não prender", da série Livramento, 2018 Objeto com páginas de livro, guache e linha. 60,0 x 25,0 x 48,0 cm (dimensões variadas)
eu costurei para não prender", da série Livramento, 2018 Objeto com páginas de livro, guache e linha. 60,0 x 25,0 x 48,0 cm (dimensões variadas)
e se derrama na extensão dos possÃveis", 2017. Da série Livramento. Objeto com páginas de livro, guache, aquarela, nanquim e lápis. 1,05 x 0,20 x 035 (Dimensões variáveis)
da série Livramento, 2009. Objeto com páginas de livro, aquarela, colagem e linha. Dimensões variadas.
A costura das páginas de um livro se dá a partir da reunião das lâminas em cadernos, cada lâmina é formada por quatro páginas.
Com o livro em mãos, inicio a desmontagem e a descostura do livro, de seus cadernos e lâminas.
​
Em cada lâmina encontro a página que me sugere uma intervenção específica.
As intervenções que nele realizo são uma forma de escuta do livro, uma forma de percebê-lo de outros modos.
Se desenho em suas páginas, desenho para lê-lo de outra forma, para sentí-lo e assim adentrar seu ambiente, realizando a intervenção que suas páginas me convidam a fazer.
​
Ao longo desse processo, o livro vai me sugerindo uma forma e quando isso acontece persigo essa forma construíndo-a com linha e agulha de crochê.
Continuo trabalhando com a costura, linha e agulha, mas não mais para prender suas páginas.
Os lugares de pouso de cada página que recebeu intervenção vão sendo feitos e percebo que a construção de sua nova forma responde ao que está presente no livro, responde de alguma forma a sua linguagem, ao seu universo, a algo de imaterial que o constitui e o anima.
​
​
Não leio o que nele está escrito, ele se me oferece a ser lido/escutado de outra forma, talvez de uma forma que seja mais conforme a algo que lhe seja essencial, silente. É como se eu desenhasse seus silêncios e da reunião desses silêncios vai-se adensando seu corpo que antes era invisível, corpo que vou entrevendo durante esse processo.
Muitas coisas ficam no ar, mas por aqueles instantes em que estamos juntos algo pede passagem pelos buracos que a agulha cava, e o que sigo é um fio filamento de ânima, uma chama, um bater de assas, uma voz, seu pulso, uma direção.
​
Minha pesquisa se desenvolve buscando por essa espécie de corpo que se afigura desse contato que passo a ter com cada livro, como se para transfigurá-lo, e aprendo outros sentidos do que significa trans-formar-se, ou seja, uma forma que atravessa a outra, uma necessidade de transformação que eu não sabia e estou sempre a descobrir ser própria dos objetos.